Por que a Funchicórea foi proibida?

Muito utilizado para combater as cólicas em bebês, o medicamento teve registro cancelado pela ANVISA em 2012 mas voltou em 2013

Existem aquelas receitinhas que passam de geração para geração e que nossas mamães sempre empregam como argumento o “usa que minha avó já receitava e dava certo”. A Funchicórea é uma dessas receitas para libertar os bebês das cólicas que assombram a maioria das mamães. Mas seu registro foi cancelado pela Vigilância Sanitária.

O “pó milagroso” tem na sua fórmula folhas de chicórea, raiz de ruibarbo e flores de funcho. Tem também a sacarina, que causa o sabor adocicado ao remédio. O pó deveria ser dissolvido em água e o bebê sugar a chupeta mergulhada nessa água.

O motivo da proibição da venda da Funchicórea dado pela ANVISA foi a falta de comprovação da segurança de um dos componentes da fórmula, o pó da planta ruibarbo que justamente por ser em pó poderia sofrer variações na quantidade do princípio ativo. O processo de cancelamento estava em andamento desde 2005 e teve a decisão final em 06 de fevereiro de 2012. Porém, em 2013 a Anvisa reverteu a proibição após a empresa fabricante da Funchicórea apresentar documentações que comprovam que o princípio ativo não traz riscos à saúde e a Funchicórea está à venda novamente.

Afinal, Funchicórea funciona ou não funciona?

O medicamento é usado há mais de 70 anos, mas não existe nenhum estudo científico que comprove a eficácia da Funchicórea contra as cólicas. Diretores do Laboratório que era autorizado pela venda da Funchicórea dizem que novos estudos devem ser feitos, pois em pesquisas feitas pelo próprio laboratório indicam que o extrato da planta não é eficaz contra as cólicas.

Se não há comprovação da eficácia da Funchicórea, muitos pais se perguntam como é que o remédio diminuía as cólicas em muitos casos e por isso era sucesso entre as mamães há mais de 72 anos?

O que os médicos afirmam é que funcionava como um “remédio psicológico aos pais”. Explica-se: a família oferecia o remédio para a criança com cólica e ficava tranquila, pois havia a sensação de que algo já tinha sido feito. O sabor adocicado tirava a atenção do bebê da dor para o gosto prazeroso do doce e assim o bebê se acalmava momentaneamente.

A cólica nos três primeiros meses de vida do bebê é normal por causa da imaturidade do sistema digestivo e assim há dificuldade em digerir alguns componentes do leite levando à dor. Não há nenhum medicamento comprovado cientificamente que combata essas cólicas.

Algumas dicas podem ser levadas para evitar as cólicas. Leite materno é sempre a melhor pedida, pois a sua digestão é mais fácil. A amamentação deve ser exclusiva até os seis meses de vida sem a inclusão de água ou chás que também não resolvem as cólicas.

Não há nada provado que a alimentação materna interfira nas cólicas do bebê. A mamãe não deve restringir a sua alimentação por conta disso. As mamães devem ficar preocupadas e procurarem um médico quando o choro das cólicas vier acompanhado por febre, evacuação com sangue e diarreia.

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