Pavor a palhaço: isso é normal?

O palhaço pode ser interpretado como um “ser estranho” para a criança entre 4 e 6 anos de idade

O medo na infância é natural e faz parte do desenvolvimento da criança. Cada pequeno tem suas fantasias e seus medos que, normalmente, são transitórios. Basta ter a segurança e o apoio de um adulto que seja confiável à criança.

Digo isso porque certamente você já notou que a presença de um palhaço às vezes causa reação adversa nas crianças. Ao invés de alegria, ele causa espanto nas crianças, que não conseguem traduzir o que o nobre folião tenta transmitir a elas.

O palhaço pode ser interpretado como um “ser estranho” para a criança entre 4 e 6 anos de idade. Para esses pequenos, ele não é uma pessoa e, sim, uma “coisa” anormal, que tem o rosto todo pintado, roupas espalhafatosas, e atitudes diferentes de tudo que já conheceu.

Por ser tão controverso ao imaginário do queridinho da família, o palhaço é uma das figuras que mais amedrontam, assim como o Papai Noel, já que o pequeno pode ligar o palhaço a um bicho-papão, entre outros seres “invasores”.

É importante ressaltar que crianças sentem mais medo porque conhecem menos. Diante de tudo o que é desconhecido e novo, um certo temor aparece. Essa apreensão passa e ela começa a conhecer melhor esse tal “ser diferente”.

Palhaço - foto: Veronica Louro/ShutterStock.com

Como ver um palhaço sem receio?

Contar histórias, não forçar a criança a enfrentar um palhaço ou um Papai Noel são atitudes que contam muito na hora da criança superar esse receio. Se a criança chorar ao fica no colo de um animador infantil, tire-a do colo.

Conforme vão conhecendo o que são essas figuras, conseguem identificá-las como figuras humanas. Consequentemente, vão perdendo o medo e passando a dar boas risadas dos personagens.

A criança está começando a encher sua caixinha de experiências, vivenciando a vida e tudo o que é diferente oferece perigo e por isso dá medo. E o adulto entra com a participação de mostrar para a criança que aquela experiência nova não é perigosa e por isso não precisa sentir medo.

São fases

Cada fase tem os seus medos e a criança sempre troca um medo por outro. Até um ano de idade, os pequenos têm medo de perder a mamãe. Quando a mãe sai do alcance da visão da criança esta fica apavorada achando que a mamãe desapareceu para sempre.

Os bebês não têm a chamada “permanência de objeto”, quando sabemos quando uma pessoa vai ao banheiro ela não desaparece, ela ainda existe. Para os bebês, a pessoa simplesmente desaparece e não existe mais, por isso ficam com medo.

As crianças acima de dois anos têm medo de fatores climáticos ou animais, tem medo do que é concreto e não do abstrato. Tente explicar o que acontece num dia de vento e leve-a para brincar na chuva. Não fale que todo cachorro morde, assim a criança ficará com medo só de olhar para um. Explique que tem cachorros bravos e deixe-a passar a mão num bem mansinho.

Os pais também passam medo aos filhos. A dura realidade dos dias de hoje, como violência e sequestros fazem com que os pais apavorados passem insegurança para os seus filhos que, vivendo nesse ambiente, não conseguem enfrentar os medos que aparecem na sua vida.

Temos que ensinar os filhos a lidar com toda essa realidade intranquila, mas oferecendo meios para as crianças lidarem com os problemas e medos, e não somente apavorá-los.

Os pais devem passar muito amor e segurança para que a criança perceba que seus medos são pura fantasia e não fazem parte da realidade e que podem encará-los. O palhaço está ali para divertir e o Papai Noel para festejar o Natal.

Todos os medos são normais e naturais desde que não interfira no dia a dia da criança, como alimento, sono e convívio social. Se algo parecido acontece, o melhor é buscar ajuda profissional.

Dicas

Os pais são os super-heróis das crianças e por isso podem fazer com que qualquer medo da criança seja superado. Não force a criança a curtir a uma festa animada por palhaço. Se ela não curtir, procure outra animação.

Contar histórias antes de dormir, deixar uma luz acesa no quarto e não desvalorizar o medo da criança são atitudes que ajudam a criança.

Não deixe seu filho dormir no seu quarto quando estiver com medo, somente tente explicar que seu medo não te motivo e fique com a criança no próprio quarto.

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