Socialização infantil fora do ambiente familiar

Durante o processo de socialização na família, a criança começa a se dar conta que não é o centro do universo e que há regras para uma convivência saudável, que precisam ser obedecidas e respeitadas. É com os pais que ouve os primeiros ¨nãos¨ e aprende a obedecer, seja para impedir que se machuque ou por não poder satisfazer seus desejos mais imediatos.

Dentre os meios que favorecem e auxiliam a vida social da criança fora do lar, certamente a escola ou equivalente é a mais importante, por ser uma sociedade em miniatura.

Para a criança significa se aventurar num mundo completamente novo, longe dos pais e dos irmãos, tendo que se adaptar a novas regras, limites e horários, muitas vezes mais rígidos.

Se os pais escolheram uma instituição educativa dentro da comunidade em que vivem, provavelmente os valores morais e sociais serão semelhantes aos que eles adotam, facilitando o entrosamento infantil no novo grupo social.

A criança formará novas amizades, influenciando e sendo influenciada por elas, adquirirá maior autonomia e novos hábitos, aprenderá a assumir algumas responsabilidades por seus atos, de acordo com a fase em que se encontra. Por exemplo: se ainda usa fralda é bem capaz de deixar de usá-la porque observou seu amiguinho se utilizando normalmente do sanitário: ou deixar a mamadeira para se utilizar de copo e assim por diante. Provavelmente também falará mais cedo, aprenderá a compartilhar suas coisas…

Mas não imitará apenas comportamentos e atitudes positivos. Conflitos entre aquilo que os pais ensinaram e o que aprendeu com seus amiguinhos, podem surgir. Cabe aos pais orientar seus filhos do que é ou não conveniente encorajar e manter e diferenciar o certo do errado, já que é função parental.

No ambiente escolar a criança também terá contato com as diferenças culturais, sociais, econômicas, de raça, credo, opiniões e pontos de vista, possivelmente pela primeira vez, o que oferece oportunidade para o professor semear respeito, compreensão, tolerância e inclusão.

Não são todas as crianças que são aceitas pelo grupo, mas elas acabam elegendo um grupo menor e homogêneo para interagir com mais facilidade.

Apesar de o professor ser uma figura de autoridade, os pais não devem pensar que é da responsabilidade dele ou da instituição, a educação de seu filho. A educação familiar, como o próprio nome sugere, é função da família. Obviamente que o professor procura estabelecer ordem, disciplina, cobra obediência, evita que as crianças se machuquem, fortalece as regras morais e sociais conforme os eventos se sucedem no grupo, além de ministrar habilidades escolares.

As crianças iniciam a socialização fora do lar cada vez mais cedo. De qualquer forma, dependem exclusivamente de uma boa preparação feita pelos pais, para que não entrem em choque com a nova realidade e não se sintam rejeitadas e abandonadas pelas pessoas que mais ama e necessita.

Não importa o tempo de vida que tenha, os pais devem se utilizar de palavras convenientes à compreensão de seu filho para lhe explicar os motivos pelos quais está colocando-o na escola, creche, berçário ou outra instituição com finalidade semelhante.

Por certo que a criança que obteve uma educação familiar adequada, amorosa e firme, poderá ter uma adaptação social mais amistosa, interagindo com seus pares com muito respeito e companheirismo.

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