Só um pedacinho

A preocupação excessiva com a alimentação pode ter um efeito colateral: a obesidade

ATENÇÃO!
Até o sexto mês de vida o bebê deverá ser alimentado exclusivamente com o leite materno. Ele não precisará de água ou chás. Qualquer mudança nessa regra deverá ser feita com orientação do seu pediatra.

Por que é errado insistir para que os filhos comam?

Certa vez, uma mãe levou seu filho de apenas 1 ano de idade ao pediatra e contou seu problema. Seu filho só comia no elevador. Ou seja, por mais que a mãe tentasse, o garoto só concordava em comer o que lhe serviam se pudesse passear por entre os andares do prédio onde morava. Como a mãe se desesperava com a possibilidade de seu pequeno passar fome, atendia, ainda que enfrentasse a expressão de espanto da vizinhança. Com o tempo deu-se conta do exagero e achou melhor procurar um especialista.

“Como eu faço para ele comer direito sem o elevador?”, queria saber a mãe. Ela estava um pouco envergonhada porque meninos de 1 ano não têm capacidade para sugerir que o elevador sirva de sala para as refeições. Se isso aconteceu, foi ideia dela. A resposta do pediatra vale para todas as mamães e papais. Se seu filho ou filha não quer comer, o problema é dele. Aos pais, cabe a tarefa de definir um cardápio e colocar um prato variado sobre a mesa. Quanto a criança vai comer, ou se ela vai comer, fica por conta dela própria.

Mãe forçando a criança a comer - foto: Mark Umbrella/ShutterStock.com

Há razões de sobra para que os pais se preocupem com a alimentação dos filhos. Crianças desnutridas crescem menos e tem desenvolvimento intelectual inferior. Mas desnutridas são as crianças da Etiópia que, infelizmente, morrem mesmo de fome. Seu filho pode até não querer aquele peixe que você mandou comprar no mercado, desprezar os legumes e ficar só no arroz. Mas, quando a fome apertar, ele come. O apetite da criança varia com a idade. Enquanto apenas mama no peito, o bebê nunca diz “não”.

Quando se introduz a papinha, lá pelo sexto mês, também é raro ver algum bebê fechar a boca. Os problemas podem surgir a partir do primeiro aniversário, e há uma razão biométrica para isso. Ao completar 1 ano, espera-se da criança que pese três vezes mais do que quando nasceu. Para isso, precisa comer. Já do primeiro para o segundo ano, aumentará o peso em 20 por cento, taxa que decresce ano a ano. Ou seja, é normal que um bebê que sorvia um prato cheio de papinha não tenha o mesmo apetite nos anos seguintes.

A preocupação excessiva com a alimentação pode ter um efeito colateral: a obesidade. Quando os filhos são pequenos, os pais se orgulham de mostrar que são fortes, grandes e têm bom apetite. Quando chega aos 15 anos, é comum que esse adolescente forte e grande procure um psicólogo ou o endocrinologista para fazer regime. Entre outras sugestões, os especialistas dão uma boa dica: durante as refeições, a criança pode comer o que quiser, quanto quiser e pedir bis. Fora de hora, não dê nada, nem uma batata frita.

Cuidados à mesa

Seis dicas para que seu filho se alimente de maneira correta:

  • Não o force a comer. Se ele ficar com fome, vai alimentar-se na próxima refeição.
  • Sem comida fora de hora, pois diminui o apetite no almoço e no jantar.
  • Deixe-o comer com as mãos. Ele se diverte manipulando a comida.
  • Nada de recompensa! Prometer uma sobremesa em troca da sopa acentua o desprezo pela comida.
  • Sem aviãozinho! Na hora de comer, nada de mimar a criança.
  • Lição dos pais: não adianta dar à criança espinafre enquanto você come um suculento sanduíche.

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