Hora de Dormir: O Sono – parte 1

Já é hora de dormir

Quanto é importante dormir?

Você já pensou nisso, além da resposta óbvia?

Adultos deveriam dormir cerca de 8 horas por noite. Isso significa que 1/3 de nosso dia deve ser passado na cama, em repouso, repondo energias gastas durante o dia e nos preparando para o dia seguinte, o que requer uma grande atividade cerebral e hormonal, entre outras.

E se falarmos de bebês recém-nascidos que dormem até 16 horas por dia, chegando à média de 8 horas ao dia somente na faixa de adolescência, podemos dizer que por quase 12 anos as crianças chegam a dormir entre 30 e 60% de seus dias. Parece que eles dormem bem menos, não é mesmo?

Bebê dormindo - Foto: SDJ/ShutterStock

Apesar disso, temos tantos problemas relacionados ao sono que nos levam a acordar cansados, com risco de acidentes (trânsito, quedas, no trabalho), queda de desempenho (pessoal, escolar, profissional, sexual) e até morte súbita nesse período do dia.

E nem sempre as alterações de sono são tão difíceis de diagnosticar, muitas vezes corrigidos apenas com pequenas mudanças de hábitos e de estilo de vida, como cuidar melhor do stress, do peso, da alimentação, da atividade física.

Mas quem não conhece alguém que, mesmo não sendo ainda idoso, dorme 5 horas por noite e acorda com um bom humor irritante e consegue completar seu dia com até mais eficiência e estado de alerta do que alguns grandes dorminhocos.

Assim, além da quantidade de sono ser a adequada, a qualidade do sono pesa muito também. Espera-se que ele seja sem interrupções, repousante, reparador. E cada faixa de idade apresenta suas necessidades particulares de sono.

Mas, enquanto o corpo descansa, nosso organismo não para e muitas funções extremamente importantes não têm pausas.

Nessas próximas semanas, vamos conversar um pouco sobre o sono?

Hoje quero apresentar a vocês, de forma simples, O SONO.

Independente da idade, chega um momento do dia no qual nosso organismo necessita de uma reciclagem, de um reboot (desligar e ligar). Em recém-nascidos, isso ocorre com muito mais frequência, sem relação com período de dia ou noite, enquanto que no adulto há um período apropriado para isso, normalmente, espera-se, à noite.

Durante esse período, as descargas de nossos neurônios podem ser maiores e mais frequentes do que quando estamos calmos e acordados. E mesmo enquanto dormimos, nosso cérebro varia sua forma de trabalhar. Para facilitar, vamos separar nosso sono em duas fases de atividade cerebral:

– Sono mais lento ou sono não REM:

Nessa fase passamos progressivamente do estado de alerta, de vigília, quando acordamos com qualquer barulhinho, para o sono mais profundo, aquele que podem carregar nossa cama com a gente em cima e largar no meio da rua que nós não acordamos, de jeito nenhum.

– Sono mais ativo ou sono REM (que vem do inglês Rapid Eye Moving ou Movimento Rápido dos Olhos):

Aqui, a atividade cerebral é de baixa amplitude, mas é mais rápida. Aqui temos os rápidos movimentos dos olhos, bem rápidos mesmo, que mostram que estamos sonhando, em oposição ao máximo relaxamento muscular, o que nos dá aquela sensação de que mesmo que nós quiséssemos, não conseguiríamos mexer um dedinho. É quando ocorrem os sonhos e pesadelos.

Durante um período de em média 8 horas de sono, ocorrem 4 a 6 ciclos de 70 a 110 minutos de duração, quando essas fases de sono (REM e não REM) se alternam nos ciclos. Cada um desses ciclos é composto dessas duas fases (REM e não REM), porém em proporções que podem ser variáveis de acordo com a idade, com a temperatura do quarto, com a experiência vivida no dia, com doenças, com remédios, entre outros fatores.

Entre as funções conhecidas e comentadas do sono podemos pensar na recuperação de energia, no equilíbrio do nosso organismo, memória, mas também não podemos deixar de lado a liberação de hormônios que vão regular o próprio sono, o crescimento, o apetite, questões cardiovasculares, sexuais, entre outras.

Muito se estuda e muito se fala sobre o sono e nós vamos tentar esclarecer cada informação, cada mito, cada problema, até que ninguém precise contar carneirinhos ou se benzer para ter uma boa noite de sono repousante e reparador.

Agora que já conhecemos um pouco sobre a importância do sono, vou tirar um cochilo e volto na semana que vem para falar sobre as fases do sono.

Bom dia, boa noite e até lá.

Esse artigo faz parte de uma série, para ver as demais partes, acesse:

Dr. Moises Chencinski

Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com título de especialista em pediatria pela Associação Médica Brasileira (AM...

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