Chupeta ortodôntica: vale à pena?

Por utilizar o termo “ortodôntica” somos levados a acreditar que não será prejudicial, mas isso é um engano

Geralmente os pais ficam numa enorme indecisão: oferecer ou não a chupeta ao seu filho. Muitos optam pela chupeta ortodôntica. Será que esse simples acessório traz prejuízos ao desenvolvimento do seu bebê? Saberemos agora.

O reflexo de sucção aparece no bebê já na décima oitava semana de vida uterina. É um reflexo de sobrevivência, já que o bebê precisa sugar para se alimentar.

Além disso, sugar dá prazer ao bebê. Assim, o pequeno precisa sugar para saciar sua fome e para atender sua necessidade de sucção. Aí entra a questão da chupeta.

Bebê tentando pegar a chupeta - foto: maxriesgo/ShutterStock.com

Os pais precisam saber que tanto a chupeta comum quanto a ortodôntica trazem, sim, prejuízos ao desenvolvimento da criança. Os dois modelos produzem alterações nos arcos dentais e na musculatura facial da criança. A diferença entre eles está na gravidade dos danos causados.

Não vamos nos esquecer: a criança sente prazer em sugar. Portanto, a necessidade de sucção da criança pode ser saciada de outras maneiras que não a chupeta, como, por exemplo, a amamentação. O bebê tem que sugar o seio se alimentando e satisfazendo sua necessidade.

Quando o peito da mãe está muito cheio de leite, o bebê não tem trabalho para retirar o leite e mata a fome, mas não mata a vontade de sugar. Aí entra o segredinho. Nesse caso, a mamãe tem que retirar um pouco de leite antes de amamentar para que o bebê tenha que se esforçar para acabar com a fome. Matou a charada?

Bebês que não amamentam podem usar um copo de bico com válvula que fará o bebê trabalhar mais para obter o leite.

Chupeta, mesmo ortodôntica, deve ser evitada ao máximo. O ideal é que as mamães nunca ofereçam esse acessório às crianças. Cabe à mamãe dar os primeiros passos para que o bebê não sofra as consequências de algo perfeitamente evitável.

Largue o quanto antes – Se a chupeta já fizer parte do cotidiano da criança, o melhor é que seja abandonada até por volta dos dois ou três anos. Dessa forma, alguns dos efeitos negativos deste hábito, como a mordida aberta anterior, tendem a regredir. Depois desta idade, os problemas progridem, podendo afetar algumas funções como a fala, mastigação, deglutição e respiração.

As mamães não são informadas o suficiente para saber que mesmo as chupetas ortodônticas geram alterações que por vezes não se resolvem somente com a dentição permanente ou uso de aparelho. Muitas vezes a criança precisará também de apoio psicológico para retirada do hábito, terapia fonoaudiológica para as alterações de fala, mastigação e deglutição e tratamento otorrinolaringológico para a respiração.

É importante que a mamãe perceba o que o bebê está tentando transmitir quando chora e atender a essas necessidades sem substituí-las pelo uso do “cala-a-boca” chamado chupeta.

Dicas

  • 0 a 6 meses
    A amamentação exclusiva é uma prevenção ao uso da chupeta.
  • 6 meses a 3 anos
    Se o hábito da chupeta já estiver instalado, o ideal é que se retire até essa idade para que os danos sejam menores.
  • 3 a 6 anos
    Se a mãe sozinha não conseguir retirar a chupeta do seu filho, especialistas como fonoaudiólogos, dentistas e psicólogos devem ser procurados.

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