Atonia: os riscos da hemorragia pós-parto

Saiba quando o sangramento pós-parto está além do normal

Também chamada de atonia, esse tipo de hemorragia é a terceira causa mais frequente de morte materna no parto, com perda de sangue superior a 500 ml no vaginal ou 1000 ml na cesariana, e ocorre na terceira etapa, ou seja, na eliminação da placenta. O primeiro motivo são infecções e o segundo complicações geradas por anestesias.

São diversos os motivos que causam a hemorragia pós-parto. Ela pode ocorrer quando o útero não se contrai corretamente e se distende em demasia; o parto foi prolongado ou anormal e também quando a mulher teve várias gravidezes anteriores, ou ainda quando se utiliza um anestésico relaxante muscular durante o parto. A hemorragia pós-parto também ocorre quando há feridas de um parto espontâneo; presença de tecido que não saiu durante o parto – como partes da placenta que não se soltaram de maneira correta –, e, em alguns casos, pode ser necessário removê-los cirurgicamente, por meio de um procedimento chamado raspagem ou curetagem; ou também a existência de baixos valores de fibrinogênio, que é uma proteína plasmática precursora da fibrina e influencia na coagulação sanguínea.

Ao ocorrer a hemorragia, o médico pode massagear o útero para ajudar na contração e, ao mesmo tempo, pode ser aplicado ocitocina por via intravenosa, o qual é popularmente chamado de hormônio do amor, pois sua função é a de estreitar o vínculo afetivo entre mãe e filho e também agir na contração do útero, no final da gravidez, para que o bebê nasça. Outro procedimento é o de colocação de uma sonda até a bexiga para que haja a certeza de que ela vai ficar vazia, pois ela cheia atrapalha na contração do útero.

hemorragia pós parto - atonia - Foto: Fernando AUDIBERT / freeimages.com

São inúmeros os problemas que podem surgir quando a mãe passa por uma atonia, como a hipotensão ortostática, que é a queda súbita da pressão arterial quando a pessoa fica em pé; fadiga; anemia, que amplia o perigo da depressão pós-parto; além de choque hemorrágico que pode levar à isquemia da hipófise, acarretando problemas de lactação.

Em alguns casos excepcionais, quando o sangramento permanece e os sinais vitais não se apresentam estáveis, pode ser necessário realizar transfusão de sangue ou em casos mais graves e raros a necessidade de uma cirurgia abdominal ou mesmo de uma histerectomia, ou seja, a retirada do útero para conter a atonia pós-parto.

Normalmente, uma hemorragia gera anemia e é preciso cuidados especiais em casa após sair do hospital com o bebê. É imprescindível descansar o máximo possível, além de ingerir grande quantidade de líquido e manter uma alimentação saudável e nutritiva.

Vale a pena solicitar ao médico a prescrição de suplementos, como ácido fólico e ferro. Quando ocorre atonia, a sensação de fraqueza e sono na mulher é muito maior do que já seria depois de um parto sem problemas. Por isso, é bom contar com ajuda até para sair e voltar para a cama, por exemplo.

Essa perda considerável de sangue costuma acontecer pouco depois do parto, mas o risco de hemorragia pode existir até um mês após o procedimento.

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