As vitaminas

Veja para que servem algumas vitaminas e quais são os principais alimentos onde você poderá encontrá-las

ATENÇÃO!
*Até o sexto mês de vida o bebê deverá ser alimentado exclusivamente de leite materno. Ele não precisará de água ou chás. Qualquer mudança nessa regra deverá ser feita com orientação do pediatra.

As vitaminas

As vitaminas não agem sozinhas e servem justamente para ajudar a transformar a comida em energia. Uma dose inadequada de vitamina (para menos ou para mais), pode afetar a saúde, prejudicando o equilíbrio do organismo, que é muito delicado.

O melhor é esquecer as vitaminas sintéticas e mesmo as chamadas naturais que se vendem em cápsulas ou comprimidos, os complexos vitamínicos tão em moda, procurando uma alimentação equilibrada que dará à criança tudo o que ela precisa em matéria de vitaminas. Alimentos integrais e legumes frescos foram criados exatamente para isso.

Pirâmide de alimentos - foto: Hurst Photo/ShutterStock.com

Vitamina A

A vitamina A é indispensável para a boa formação da pele e das membranas mucosas da boca, do nariz e dos intestinos, aumentando a resistência aos invasores que provocam infecções. Além disso, é importantíssima para os olhos. A retina tem dois tipos de células receptoras: os cones, especializados em receber a cor e transmiti-la pela visão em luz brilhante, e os bastonetes, especializados na acuidade visual quando há pouca luminosidade e no escuro (visão noturna). A vitamina A é indispensável para o bom funcionamento dos bastonetes. No nordeste brasileiro, por exemplo, uma grande área de carência da vitamina A, é comum a cegueira noturna, o distúrbio funcional mais precoce da carência de vitamina A.

Quem come fígado, leite integral, arroz integral, ameixa preta, ervilhas, brócolis, couve-de-bruxelas, toma leite, come requeijão e manteiga, come ovos e legumes coloridos como abóbora, cenoura, tomate e folhas escuras como espinafre, couve e taioba, frutas amarelas como mamão, manga e caqui não vai ficar carente de vitamina A.

O caroteno dos alimentos é absorvido e naturalmente transformado em vitamina A e não há possibilidade de haver excesso de vitamina A por meio da alimentação. No entanto, é preciso cuidado com a vitamina medicamentosa, porque o organismo não tem como se defender de um possível excesso, que pode provocar uma intoxicação grave e efeitos indesejáveis.

Complexo B

As vitaminas do complexo B atuam no metabolismo das células e constituem sistemas enzimáticos que atuam em série. Faltando uma das vitaminas do complexo B, o metabolismo celular vai ser interrompido em algum ponto porque as células não funcionam bem sem qualquer dessas vitaminas.

Na prática, não costuma haver carências isoladas dessa ou daquela vitamina B e elas agem sempre em sintonia umas com as outras, tendo o papel principal de fornecer energia às células.

A energia dos cereais e outros alimentos só pode ser aproveitada com a ajuda e por meio das vitaminas do complexo B. Evidentemente, os tecidos com maior necessidade energética, ou com maior necessidade de renovação são os mais afetados por sua carência: o sistema neuro-muscular, a pele e as mucosas.

Geralmente, a carência de uma das vitaminas do complexo B é acompanhada da carência de outras. E os quadros de carência podem ser graves: neuropatias, psicoses, cardiopatias, alterações da pele, das mucosas, problemas gastrointestinais.

As principais fontes das vitaminas do complexo B são as carnes (de vaca, de galinha ou de peixe), vísceras (especialmente fígado e rins), leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, vagem, amendoim), folhas escuras e levedo. O arroz com feijão é nutricionalmente sábio e bastam 199 gramas de arroz com 25 de feijão por dia.

As farinhas refinadas de arroz e de outros cereais perdem as vitaminas do complexo B.

A vitamina B1 (tiamina) promove o crescimento, a boa digestão, o bom funcionamento do tecido nervoso, o metabolismo dos carboidratos e é a responsável pela normalização do apetite e do sistema nervoso.

Quem come arroz integral, feijão, toma leite e come amendoim fica mais protegido contra problemas do sistema nervoso, falta de apetite, inchaços, espasmos musculares, distúrbios digestivos, fadiga, irritabilidade, nervosismo, dormência nos pés e nas mãos, fôlego curto, moral baixa, sensibilidade ao barulho e beribéri, exatamente por causa da vitamina B1.

A vitamina B2 (ou riboflavina) ajuda a obter energia dos carboidratos e das proteínas, facilita a formação dos anticorpos que protegem a criança dos invasores em seu corpo, a formação das células vermelhas e ainda atua no metabolismo.

Caso a criança coma acelga, mostarda, brócolis, melão, cenoura crua, repolho, agrião, ovo, tome leite ou sorvete não vai ter rachaduras e feridas nos lábios e no canto da boca, tonturas, coceira e ardência nos olhos, digestão difícil, língua irritada e vermelha, nem vai crescer devagar como as que são carentes dessa vitamina.

A niacina é que mantém as células saudáveis, ajudando a manter os nervos e a ter boa digestão.

Para a criança não ficar carente em niacina basta comer arroz integral, feijão azuki, lentilhas, grão de bico, ervilha seca, amendoim, frango, ricota ou tomar leite. A ingestão diária desse nutriente evitará que a criança fique sujeita a mau hálito, feridas na boca, dor de cabeça, fraqueza muscular, diarreia, perda de apetite, fadiga, depressão, vertigens, erupções na pele, lesões gastrointestinais, irritação e outras coisas que acontecem quando há carência de niacina.

A vitamina B12 ajuda na formação do sangue e na manutenção do sistema nervoso, facilita o apetite, faz as células durarem mais tempo e funcionarem melhor, é bom para a medula óssea, para o sistema nervoso, para os intestinos, protege da anemia.

Como a criança precisa de apenas duas microgramas por dia, basta comer um ovo, ou um atum em lata, ou um pedacinho de bife de fígado ou um pedaço de queijo suíço.

Quem sofre de carência da vitamina B12 deve ter acompanhamento médico especializado, tanto as crianças carnívoras como as que seguem dietas vegetarianas e macrobióticas.

Os sintomas da carência de B12 são a anemia perniciosa, a fraqueza, o nervosismo, a dificuldade para falar e andar, a palidez e, sobretudo, as desordens neurológicas.

Vitamina C

O ácido ascórbico ou vitamina C está nas plantas, assim que elas começam a crescer, e as fontes mais ricas são os vegetais de folhas verdes e algumas frutas como o melão, a laranja e a acerola. Meio melão médio ou três laranjas já são suficientes para fortalecer as paredes dos vasos sanguíneos, para produzir o material que mantém juntas as células do corpo, para ajudar a curar feridas e solidificar ossos quebrados, para dar bons ossos e bons dentes, para utilizar no corpo o ferro dos alimentos ingeridos, para prevenir hemorragias e das resistências contra as gripes e resfriados.

As frutas maduras, no ponto, são as principais fontes de vitamina C. Todas são boas, mas as particularmente ricas são o caju, a goiaba, acerola, mamão, laranja, tangerina, manga, limão, abacaxi, morango, kiwi e melão. O pimentão também é uma boa fonte de vitamina C.

O calor destrói a vitamina C assim como o armazenamento dos sucos. Por isso, as frutas devem ser comidas frescas e cruas e os sucos feitos na hora. Comer frutas todos os dias é uma boa regra de alimentação.

A salsa e o melão são os alimentos mais ricos em vitamina C que se conhece, mas também há muita vitamina C no repolho e no brócolis, no pimentão verde, na mostarda, no agrião e nos morangos.

Quem tem uma alimentação rica em vitamina C fica menos sujeito a contusões, sangramentos, anemia, cáries, infecções, gripes, coriza, má digestão, irritabilidade e perda de peso.

Muitos autores acreditavam em doses maciças de vitamina C para estimular o sistema imunológico. Não há provas científicas desse efeito, mas alguns deles testemunham que não ficam doentes, atribuindo o fato às grandes quantidades de vitamina C que ingerem há anos. Linus Pauling, prêmio Nobel, é um deles.

Vitamina D

Vitamina D é calciferol, fabricado em nosso próprio organismo quando a gente toma sol e ele age sobre algumas substâncias oleosas que nós temos na pele. Criança que nunca toma banho de sol fica carente, raquítica, não consegue dormir, fica nervosa, pode ficar míope, tem diarreia, tem ossos fracos, o metabolismo é deficiente para as outras vitaminas.

Quando a criança, por algum motivo, precisa ficar um longo período longe do sol, então precisa tomar óleo de fígado de bacalhau.

A principal função da vitamina D é aumentar a absorção intestinal de cálcio e fósforo e facilitar que eles sejam depositados nos ossos, fortalecendo o esqueleto.

Falta de vitamina D provoca uma calcificação óssea deficiente que pode resultar, na criança, em pernas arqueadas, esterno projetado para a frente, deformação dos ossos da bacia, porque o esqueleto, mal calcificado, não pode sustentar o peso do corpo: é o raquitismo.

O excesso de vitamina D tem um efeito paradoxal que é a saída de cálcio dos ossos e a sua eliminação pelos rins, podendo provocar a formação de cálculos renais.

A contribuição dos alimentos enriquecidos industrialmente, para preencher as necessidades de vitamina D, é pequena. Ovos e manteiga são bons alimentos.

Vitamina E

As funções e necessidades da vitamina E e dos antioxidantes são ainda pouco e mal conhecidas. Quem comer folhas verdes-escuras e legumes terá suficiente vitamina E. Nozes e óleos de várias sementes também são boas fontes.

Mas o lobby da vitamina E é forte e informa que, entre outras funções, protege os pulmões contra a poluição. Além disso, protegeria os vasos sanguíneos e o coração, os nervos, a glândula pituitária, a pele, funcionando como antioxidante (eliminando os radicais livres), protegendo as vitaminas A e C que estão no organismo e as membranas das células, diminuindo o mau colesterol, fortalecendo as paredes dos capilares e ajudando a manter os músculos e os nervos saudáveis. É o que diz quem lida com a chamada medicina ortomolecular, que informa ainda: a vitamina E está principalmente nos vegetais de folhas verdes, no óleo de girassol e no abacate.

Dizem eles, ainda, que se a criança tem os cabelos secos, quebradiços, se eles estão caindo, e se vive tendo problemas gastrointestinais, é quase certo que ele esteja carente de vitamina E. No entanto, faltam pesquisas que confirmem isso.

**Fique atento às alergias e intolerâncias alimentares. Nem todos os alimentos listados neste artigo devem ser consumidos em casos de alergias e/ou intolerâncias. Consulte sempre um especialista e o médico da família para receber orientações específicas.

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