A importância das Funções Executivas

Saiba porque as crianças precisam de comando dos pais para terem uma convivência mais tranquila

Esse artigo nasceu da provocação do leitor Dendry Rios, do Mato Grosso do Sul, que após a leitura do artigo “Com quem deixar meu filho?” ainda tinha uma questão.

Como ele é administrador e todo bom administrador, via de regra, é muito bom em planejar e calcular tudo metodicamente, porque em casa, com os filhos, as coisas quase nunca saem conforme o planejado? Será que é, como ele diz, porque “Em casa de ferreiro o espeto é de pau”?

Provocação aceita, ele me pediu algumas dicas para que os profissionais da Administração também tivessem sucesso no planejamento e comportamento familiar. Vamos lá!

Planejamento empresarial é “fácil” afinal, via de regra, não há envolvimento afetivo fazendo com que o administrador ou executivo delegue, ou exija, com foco e pouca condescendência. Isso ocorre mesmo em um modelo de gestão democrática, pois até nela, há que se constituir objetivos, metas e ações para alcançá-los.

Em casa não deveria ser diferente mas, boa parte dos pais não consegue impor e fazer cumprir as regras, afinal os adultos são autoridade (não confundir autoridade com autoritarismo) na casa. Não significa cumprir ao pé da letra o ditado “Manda quem pode, obedece quem tem juízo!”, mas muito se perdeu da noção de hierarquia e isso acaba fazendo com que os valores não fiquem tão claros. Estes são essenciais para um funcionamento domiciliar saudável e harmônico.

Menina pensando - Foto: Yuttana Taonok/ShutterStock.com

As “FUNÇÕES EXECUTIVAS” (organizar, planejar, monitorar tempo e processos etc), não por acaso possuem esse nome. Elas são regidas pelo cérebro e disparadas principalmente pelo lobo frontal (para leigos região da testa) que é a última a amadurecer. É lá que tomamos decisões, priorizamos, organizamos e construímos planos. Pense na imagem de “O Pensador”, de Rodin. Nós comumente levamos a mão na testa ao pensar em soluções, é porque essa área está mais ativada que as outras neste momento.

A criança pequena, ao contrário do adulto, não sabe se colocar no lugar do outro, o que chamamos de empatia. Não consegue planejar, manter a atenção, a concentração e se organizar se não houver um direcionamento. Se ao fazermos combinados com regras e consequências com as crianças, as cumprirmos, começaremos a consolidar uma convivência mais clara e saudável em casa.

Largar as fraldas, chupetas e mamadeiras, arrumar a cama, a mochila, ajudar a guardar as compras, tirar pó, arrumar brinquedos, dentre outras ações que podem e devem ser feitas, precisam ter suas prioridades elencadas (o que farei primeiro ou qual tarefa é mais urgente). São ações e direcionamentos que demandam disparos de adultos. Só dessa maneira as crianças serão capazes de legitimar as regras da casa, compreender as causas e efeitos de fazer ou não fazer e assim passarem a agir e auxiliar nas mudanças e alcance das metas.

Vale a pena investir!

Karen Kaufmann Sacchetto

Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento;Especialista em Distúrbios de Aprendizagem;Psicopedagoga;Pedagoga;Consultoria pedagógica e Tutoria ed...

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